Muitos empreendedores conseguem bons mentores, outros muitos não. Até hoje ninguém foi capaz de mensurar o impacto negativo que maus mentores trouxeram. Builders desenvolvem capacidade de execução em times e conseguem entregar resultados mais consistentes.
De que adianta aprender um novo skill ou ferramenta de gestão, se o founder não tem “capacidade de execução” para utilizar?
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Por que tanta gente boa está envolvida com Venture Capital se investir em empreendimentos é uma atividade altamente arriscada?
O motivo é que os investidores inteligentes conseguem mitigar o risco de alguma forma, seja com uma tese diferenciada, gestão de portfólio ou investindo em desenvolvimento de capacidade de execução em times de empreendedores.
Desenvolver times é o que fizeram muito bem até hoje os programas de aceleração de startups baseados em mentorias, mas agora o ecossistema está ficando mais maduro e competitivo. Um esquadrão de mentores celebridades, que aparecem uma vez por mês, com sua expertise, ideias, sucessos e fracassos parece não ser mais suficiente para se diferenciar.
As startups precisam de builders. Builders são pessoas ou organizações que podem interagir com frequência com as startups durante um longo período. Builders auxiliam com diagnóstico, planejamento e monitoramento em diversas etapas da startup. Ajudam proativamente a encontrar os seus 10 primeiros clientes ou preparar o negócio para rodadas de captações. A principal diferença de um mentor e um builder é que o segundo ajuda na execução, e esse “braço extra” traz competitividade para o time, o que acarreta em redução do risco de fracasso.
Um programa tradicional para startups é baseado no modelo de mentorias
Assim que são aceitos para uma aceleradora, os empreendedores são conectados com um ou mais mentores para one-on-ones estratégicos. Os mentores são ótimos para fazer as perguntas difíceis, abrir portas, conectar com clientes ou investidores. Muitos erros básicos podem ser evitados com uma simples sessão de mentoria.
Mas como tudo na vida, existem bons mentores e mentores não tão bons assim. O modelo de mentorias tem o seu valor e deve continuar a ser utilizado, mas existem também outros modelos para o desenvolvimento de capacidade de execução e mitigação d risco do empreendimento.
Aqui está uma ilustração comparativa de modelos de suporte para startups que serve apenas como referência, já que não há definições universais sobre cada uma das modalidades abaixo.
Qual é o grande problema de um programa com modelo exclusivo de mentorias?
O mentor por definição não é um instrutor ou professor que recebeu treinamento formal sobre o programa de aceleração. Ele não não é auditado e pode conduzir as suas sessões como bem entender.
Os problemas que podem surgir são:
- Nem a startup mentorada, tão pouco o próprio mentor, não sabem com certeza o que podem esperar das sessões. Geralmente começa com ótimas conversas e reflexões importantes, mas depois de algum tempo o engajamento e a produtividade começam a diminuir e não é possível entender qual foi o real benefício para a startup.
- A “parte fácil” do trabalho do mentor é fazer as perguntas difíceis. Mas para os empreendedores não basta apenas fazer as perguntas difíceis (a parte fácil) sem que seja entregue um suporte estruturado para respondê-las (a parte difícil)
- As dicas dos mentores muitas vezes são contraditórias. O mentor não tem a sua “skin in the game” como o empreendedor e não irá sofrer as consequências dos seus conselhos. Mentores geralmente são super experientes e muitos deles já tiveram sucesso no passado, mas provavelmente foi com um produto e consumidores diferentes. Dessa forma o empreendedor precisa estar muito atento para contextualizar as hipóteses com o seu modelo de negócio e timing.
Diferenças entre mentores e builders
Tendo já mentorado startups em diversos e renomados programas, participei também da estruturação de 8 programas de incubação de uma das maiores companhias aéreas do mundo, idealizei o ResumoCast For Startups que já acelerou 20 startups e agora me torno CEO da Gutenberg Venture Builder, posso afirmar que na maioria das vezes a relação mentor-mentorando é uma via de mão única. Durante esses anos todos senti que os meus mentorandos precisavam mesmo era de um braço extra na execução, e isso eu e os demais mentores não conseguimos entregar.
Já um builder se caracteriza por propor uma relação bidirecional ao entregar esse braço extra através de serviços e processos. Uma relação de “buildagem” conduzida por vários anos torna o builder não apenas um investidor mas um sócio estratégico do negócio. Mas peraí, não é isso que fazem as aceleradoras tradicionais com programas baseados em mentorias??
NÃO.
Essas aceleradoras colocam centenas de startups em seus portfólios e não tem time grande o suficiente para buildar por mais de 3 ou 6 meses. Por isso o nome é aceleração.
Enquanto mentores têm funções ambíguas, os builders são responsáveis por ajudar os empreendedores a implementar processos de design, execução e tomada de decisões baseadas em experimentos e validações.
Mas por que experimentos?
- Experimentos são a menor unidade incremental de progresso. São ganhos rápidos, que servem como incremento na qualidade do negócio, Ajudar na execução de experimentos é o grande diferencial do builder.
- Execução de experimentos com consistência é muito difícil. É muito fácil invalidar um experimento. E ao mesmo tempo é muito difícil tomar a decisão estratégica correta depois de um experimento.
- Experimentos trazem aos times a tão requisitada humildade. Grande parte das dicas oferecidas por quem não é um consumidor pagante devem ser tratadas com conselhos de quem não tem skin-in-the-game.
- Experimentos são aplicáveis em múltiplas áreas. Tanto em uma nova estratégia, uma parte do modelo de negócio, produto ou até na hora de contratar um talento. Em qualquer situação onde o resultado final é incerto, um experimento vai trazer uma visibilidade privilegiada e pode poupar um desperdício enorme de recursos.
- Experimentos aumentam a velocidade de passagem das fases de ideação, execução e iteração.
- Formação de uma cultura. Formar o hábito, nos primeiros colaboradores, de executar através de experimentos é muito mais poderoso do que mentorias one-on-one como os founders.
Um modelo de buildagem
Mas somente pulverizar alguns builders em programas de aceleração ou incubação iria causar o mesmo problema das mentorias. Sem um processo estruturado de buildagem haverá uma grande variação de qualidade e grande dificuldade para monitorar resultados ou alinhar as expectativas.
O desenvolvimento real de capacidade de execução acontece depois de um diagnóstico profundo e da implementação de processos de trabalho EX: SCRUM, KANBAN e OKRs.
Vamos ver como é o processo de buildagem da Gutenberg.
Somos uma Venture Builder pioneira na utilização do framework da FCJ para buildar startups na tese do Metaverso e Martechs. Eu sou um dos idealizadores da Gutenberg mas o modelo foi licenciado da maior Venture Builder da LATAM que desenvolveu uma metodologia já utilizada para lançar 27 outras Venture Builders em diferentes verticais.
Utilizamos metodologias ágeis e playbooks de Hacking Growth que passam pela construção de um funil AARRR, ou funil pirata, a priorização de experimentos através do ICE Score e a definição de sprints que são executados em conjunto com a startup. Uma via de mão dupla que requer alguns anos para desenvolver a verdadeira capacidade no empreendimento.
O processo de buildagem encontra os times mais qualificados, desenvolve capacidade de execução neles, salva startups do vale da morte, abre mercado e traz as primeiras vendas. Isso tudo reduz o risco para nossos investidores.
Buildagem é a criação de um sistema de execução e desenvolvimento de capacidade que vai muito além de sessões de mentorias com os founders.
Se você tem uma startup, é um gestor de programas de aceleração ou inovação ou é um investidor interessado em descobrir maneiras de desenvolver capacidade de execução nos seus investidos, vamos fazer um call de 30 minutos para explorar sinergias?
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Gustavo Carriconde é o fundador do ResumoCast For Startups e atualmente está como CEO da Gutenberg Ventures, pioneira no Brasil na tese de investimentos do Metaverso
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