Em 2016, A participação de mercado da 99 tinha despencado de 60% para 10%, enquanto a Uber tinha crescido muito e conquistado cerca de 85% no mesmo período.
Carro particular era a bola da vez. Em um ano, táxi virou coisa do passado.
A partir de então, a 99 passou por diversos ajustes e mudanças em sua estratégia.
Mudanças essas que, além de salvar a empresa da falência, também fizeram com que a 99 desse a volta por cima e acabasse se tornando o primeiro unicórnio brasileiro, valendo mais de 1 bilhão de dólares.
Que lições podemos extrair por trás dessa grande história de superação?
Quais são as práticas da 99 que podem nos ajudar a alavancar nossos negócios?
Descubra isso nesse resumo do livro “Unicórnio Verde-Amarelo”, escrito por Paulo Veras, um dos fundadores da 99.
Ouça o resumo completo no player acima e tenha bons aprendizados!
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Sobre o livro Unicórnio Verde-amarelo
O livro “Unicórnio Verde-Amarelo” foi publicado em 2020.
O autor é Paulo Veras, um dos fundadores da 99, e foi escrito junto com a jornalista Tania Menai.
Nessa obra, você vai aprender como a 99 deu a volta por cima depois da Uber e se tornou uma startup de um bilhão de dólares.
Persistência empreendedora
Muitos livros de negócios mostram que, geralmente, não é o seu primeiro negócio que vai dar certo no mercado.
A história de Paulo Veras, um dos fundadores da 99, confirma isso.
Antes de criar, escalar e vender a 99, ele também foi um dos empreendedores que tiveram experiências com outros negócios próprios antes disso, que lhe serviram de muita experiência.
Um bom exemplo disso aconteceu em 1995.
A internet ainda não era acessível à maioria dos brasileiros, mas isso intimidava.
Na época, Paulo Veras e seus sócios começaram a testar ideias.
Uma delas foi traduzir softwares para crianças em formato de cd-rom. Eles também pensaram em desenvolver um software com estudos para o vestibular, e um guia de estudos.
Outro projeto foi o GuiaSP, um dos primeiros sites no Brasil, e que resolvia um problema prático: ajudar as pessoas a descobrir com um só clique os horários dos filmes nas salas de cinema.
O negócio levou dois anos para decolar, mesmo com o discurso afiado.
Tempos depois, eles tiveram projeto mais desafiador: a Casa Cor, a mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo mais relevante do Brasil, que reúne ícones do setor em diversas cidades do país.
Detalhe: na época, Paulo Veras ainda tinha seu emprego fixo, como colaborador da empresa de tecnologia ABB.
Até que, em meados de 1996, ele decidiu mergulhar 100% de cabeça no negócio próprio e acabou deixando seu emprego fixo de lado, contrariando seus pais na época.
Curiosidade: o nome da empresa que ele criou era Tesla, mas não é a Tesla do Ellon Musk, mundialmente conhecida.
Não confunda!
É o sobrenome do megainventor sérvio-americano Nikola Tesla, rival de Thomas Edison na massificação da eletricidade.
Tesla, que nasceu em 1856 na Croácia, era um visionário, inventou milhões de coisas e tinha inúmeras patentes.
Assim como ele, Paulo sentia que a sua Tesla estava à frente do nosso tempo.
Ou seja, eles tentavam vender presença digital para pessoas que não tinham computador em casa e não sabiam o que era internet.
Pense no quanto Paulo teve que se esforçar mais do que o normal no dia a dia para conseguir levar seu trabalho na ABB junto com a Tesla.
Muitas vezes, precisamos abrir novas portas profissionais na vida, antes mesmo de fechar outras portas.
Esse é o momento em que muitas pessoas (amigos, familiares etc.) provavelmente vão achar que você está brincando ou que ficou louco.
Mas, na verdade, você estará no caminho que faz parte de uma jornada empreendedora.
A preocupação com o nome
De vez em quando, Ariel Lambrecht ia para Munique a trabalho.
Numa dessas viagens, em janeiro de 2012, seu sócio lhe mostrou o aplicativo MyTaxi, o primeiro do gênero no mundo.
O aplicativo achava um táxi nas redondezas para quem pedisse via smartphone.
Logo, Ariel teve um estalo. O Brasil precisava de algo assim!
A cultura do ponto de táxi era antiga e sólida, em São Paulo e diversas capitais. Mas não no interior, onde o táxi era um sistema ineficiente.
Bastaria tirar o celular do bolso e chamar um táxi rodando nas proximidades.
Eles apostaram que a ideia daria certo nas capitais e no interior também.
Logo de cara, Ariel teve duas grandes preocupações:
1- A primeira preocupação era o nome do novo aplicativo: precisava ser memorável e representativo do negócio.
2- Outra preocupação era criar um nome internacional, para ser usado e entendido globalmente.
Eles sabiam que táxi é uma palavra universal.
E assim nasceu a 99Taxis.
O nome funcionou bem, pegou rápido, e ajudou a popularizar a empresa.
Anos mais tarde, o próprio Ariel descobriu que 99 é um número da sorte na China.
E você, ao criar o seu próprio negócio, se preocupou em ter um nome memorável e que pudesse ser entendido no mundo todo?
Já parou o quanto isso pode ser importante para sua marca ser facilmente disseminada e conhecida mundo afora?
Concorrência e volta por cima
De 2012 a 2015, a 99 era vista como uma marca jovem, digital e do bem, e acabou atraindo investidores nacionais e estrangeiros.
O crescimento era enorme Brasil afora, beneficiando milhares de motoristas e usuários.
Mesmo assim, em meados de 2016, as finanças indicavam que a 99 quebraria em oito meses.
Por que isso estava acontecendo?
A resposta era uma só: a concorrência da Uber.
Para você ter ideia, de 2015 para 2016, a participação de mercado da 99 despencou de 60% para 10%, enquanto a Uber abocanhou cerca de 85% no mesmo período.
Em um ano, táxi virou coisa do passado. Carro particular era a bola da vez.
A 99 precisava de um plano emergencial, de um paraquedas.
Na época, Paulo Veras disse a todos na empresa:
“Temos que fazer um plano para empatar as contas. O resto a gente revê depois. Se não atingirmos esse objetivo, a companhia acaba e vai todo mundo para casa. Esse plano tem que ser mais simples do que tudo isso aí que vocês pensaram. O aumento da receita tem que ser prioridade. E temos que fazer isso em 45 dias.”
Em números gerais, a empresa arrecadava 2 milhões de reais de receita mensal e custava 6 milhões de reais.
Foi uma fase difícil, mas eles conseguiram sobreviver.
Em 45 dias, o plano emergencial deu certo e a 99 seguiu viva no campeonato.
A lição aqui é: mesmo nos momentos de crise, a simplicidade não deve ser deixada de lado.
Planos mirabolantes não iriam resolver a situação da 99, mas sim uma pequena mudança no serviço que eles já ofereciam.
Mudanças na estratégia
Enquanto a Uber era a marca descolada e bem falada na mídia, táxi era “o atraso”.
Se a 99 queria voltar a ganhar uma parcela significativa no mercado, era necessário atacar novos segmentos e diversificar as categorias de mobilidade.
Por isso, a 99 acabou passando por um rebranding.
Rebranding é o ato de ressignificar a imagem percebida de uma empresa ou produto. O objetivo do rebranding é mudar a percepção do público com relação à marca.
Em junho de 2016, a 99 estava de cara nova, com um novo logotipo, sem o “Taxis” no nome da empresa.
Além disso, o novo serviço Pop, voltado para carros particulares, era a bola da vez
Como o próprio autor diz no livro: “As pessoas falavam ‘pegar um Uber’ em vez de ‘pedir um carro particular por aplicativo’. Como falar que não éramos só táxi? Foi um desafio imenso comunicar que estávamos lançando um concorrente da Uber sem usar a palavra Uber.”
No começo, o número de corridas do Pop era muito pequeno.
A novidade foi lançada em forma de piloto — MVP — antes mesmo de receber um investimento adequado.
O mais curioso é que o crescimento da Uber no Brasil, do ponto de vista dos motoristas, ajudou muito a 99.
E o motivo era simples: havia uma base de milhares de motoristas na rua, treinados e com celular.
Ou seja, bastava convencê-los a instalar mais um aplicativo e rodar nas ruas com os dois.
Focar nessa estratégia fez com que a base de motoristas da 99 crescesse numa velocidade impressionante.
Qual é o seu maior concorrente?
Como você pode usar o crescimento do maior concorrente a seu favor?
Os unicórnios brasileiros
A 99 foi a primeira startup brasileira a atingir o valor de 1 bilhão de dólares e, assim, ser considerada o primeiro unicórnio nacional.
Depois da história da 99, a porteira se abriu.
Nubank, Gympass e outras start-ups brazucas foram avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares em novos aportes.
Só em 2019 estima-se mais de 2,7 bilhões de dólares injetados em 260 investimentos. Desde a venda da 99 surgiram diversas rodadas de dezenas de milhões em start-ups como PagSeguro, Stone ContaAzul, Loggi, CargoX, Creditas, Loft e por aí vai.
É claro que não foi por causa da 99, mas certamente o êxito da empresa ajudou a atrair mais investimento para o Brasil e a mostrar que era possível dar ótimos retornos por aqui.
Para você ter ideia, em março de 2019, o Softbank anunciou a criação de um fundo de 5 bilhões de dólares focado na América Latina.
O primeiro grande aporte, de 1 bilhão, foi na colombiana Rappi, principalmente de olho na expansão no mercado brasileiro.
Nunca se viu tanto volume de moeda norte-americana apostando em start-ups brasileiras.
Essa mudança de patamar do nosso país no cenário internacional de empreendedorismo e venture capital chegou para ficar.
Veremos grandes sucessos nos próximos anos, e certamente enormes fracassos também.
Faz parte.
Mas, uma coisa é certa: Finalmente estamos jogando no tabuleiro global de startups de tecnologia.
Desafio
Então vamos lá a um exercício prático que podemos extrair com os ensinamentos desse livro.
De acordo com o autor, um dos fatores fundamentais no sucesso da 99 foi “sempre colocar o cliente em primeiro lugar”.
Muitos livros para empreendedores falam sobre a importância disso. Não é novidade pra ninguém.
Mas, e você? Na sua empresa ou negócio próprio, os clientes realmente são colocados em primeiro lugar?
As seguintes perguntas podem lhe ajudar com isso:
1- De 0 a 10, qual é a nota que você dá para o modo com que o seu negócio tem colocado o cliente em primeiro lugar?
2- Na sua opinião, o que vocês têm feito de bom e que está dando certo em relação a isso?
3- O que não está legal no modo como você trata seus clientes?
4- O que pode ser melhorado?
5- Você investe em ferramentas e procedimentos de coleta e análise de dados para conhecer os consumidores com cada vez mais profundidade?
Se quiser, fique à vontade para compartilhar esses questionamentos para uma reunião com sua equipe. Pode ser que boas ideias surjam a partir disso.
Esse resumo substitui a leitura do livro “Unicórnio Verde-Amarelo”
Não queremos que você deixe a leitura do livro de lado.
Além de escutar este podcast com o resumo do livro, recomendamos que você leia a obra “Unicórnio Verde-Amarelo” na íntegra.
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