Mostre Seu Trabalho – Austin Kleon | T2#087

Não basta ser bom no que faz. Você precisa ser encontrável.

Austin Kleon (autor do best-seller Roube Como um Artista) traz nesse livro 10 princípios para você mostrar seu trabalho e ser descoberto na internet, mesmo não sendo um profissional e sem se tornar um spam humano.

OUÇA o resumo completo do livro 👇

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O que você vai aprender nesse episódio?

  • Como não ser um spam humano;
  • Posicionamento + Geração de Valor = Oportunidades de Negócio;
  • Exercício da autoanálise do que você tem postado na internet;
  • Ensine o que você sabe;
  • Case do Franklin Barbecue;
  • Como ser encontrável na web sem forçar a barra;
  • Exercício da máquina de se reinventar;
  • Por que devemos ser eternos amadores;
  • Como um amador se torna um mestre;
  • Como sair da zona der conforto provocando suas próprias crises;
  • Case do Google sobre reservar um tempo para projetos inovadores;
  • Mitos sobre criatividade que precisam ser derrubados;
  • Por que você deve fazer parte de uma cena;
  • Como ser encontrável no mundo atual;
  • Abra o seu gabinete de curiosidades;
  • Todo mundo se inspira em alguém;
  • Não alimente os trolls da internet;
  • A técnica dos 3 rounds para lidar com comentários negativos;
  • O hábito de George Lucas e Maira Kalman ao pensar na morte;
  • Teste do “vampiro”;
  • 6 dicas para transformar seu hobby em trabalho;
  • Como o ultralearning pode ajudar você a mostrar seu trabalho.
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Amador X Profissional

Se você quer ser um mestre, antes precisa ser um aprendiz. E um aprendiz nada mais é do que um amador.

Aliás, um bom mestre de verdade faz seus aprendizes serem melhores do que ele.

Embora muitas vezes faltam habilidades, competências, experiência e coragem pra agir e mostrar seu trabalho, quem é amador não pode ter medo do erro ou de parecer ridículo na frente dos outros.

É totalmente possível deixar de ser um amador e se tornar muito bom aos poucos. O verdadeiro vão está entre não fazer nada e fazer algo.

Amadores sabem que contribuir com algo é melhor do que não contribuir com nada.

Se você procurar no dicionário o significado da palavra amador, vai chegar a conclusão de que um amador é aquela pessoa que ama um determinado assunto, que é curioso, entusiasta.

Um amador é alguém que faz algo simplesmente por amor, seja remunerado por isso ou não. 

Já o profissional é aquele que é pelo menos muito bom no que faz. Ele já se sustenta financeiramente e ganha a vida com isso.

Um verdadeiro amador é um eterno aprendiz — ele nunca fica no mais do mesmo.

Por esse ponto de vista, não deveríamos nós sermos eternos aprendizes naquilo que escolhemos como profissão?

Mesmo ainda não sendo especialista em um determinado assunto, o amador que tem ambição de se tornar um mestre sempre está disposto a aprender.

Um verdadeiro amador está constantemente aprendendo e compartilhando seu trabalho. 

Por causa dessa disposição, às vezes os amadores têm mais para ensinar do que muitos especialistas de plantão por aí.

O Thom Yorke, líder e vocalista da banda Radiohead, tem um costume bem interessante: quando ele acha que compor uma música está confortável demais, ele pega um instrumento que não sabe tocar e tenta usar ele para compor.

Olha só que legal essa mentalidade, quando ele se sente confortável, ele mesmo provoca certas crises e desafios na sua forma de operar.

Seja encontrável no mundo atual

O comediante Steve Martin certa vez disse: “Seja tão bom que não vão te ignorar. Se você focar em ser bom, as pessoas irão até você”.

No entanto, não basta ser bom. Antes de querer ser encontrado, você precisa ser encontrável.

Digamos que você tenha duas opções de designer para contratar. 

Um deles você segue no instagram e acompanha os vídeos de seus trabalhos no YouTube. 

Ele está sempre compartilhando como acontece seu processo de criação no dia a dia, ferramentas que utiliza, posta depoimentos de seus clientes satisfeitos e até mesmo quem são seus mentores que lhe inspiram na hora de criar uma arte.

O outro designer é apenas uma página sem graça com um número de telefone. 

Fala a verdade… Qual dos dois você iria contratar? É bem provável que você escolha o primeiro. Certo?

O melhor modo de ser “descoberto” é estar presente e gerando valor no mundo digital.

Isso não serve apenas para quem trabalha com design ou algum outro tipo de conteúdo digital. 

Seja você um médico, advogado, fotógrafo, pintor, escritor, engenheiro, cozinheiro, seja lá o que for, o seu consumidor não te achará se você não marcar presença na internet.

Não mantenha o seu trabalho, seu projeto e suas ideias em segredo. Deixe rastros do que você anda fazendodd para que todos saibam. 

Isso é uma das chaves para você ganhar público, ao qual pode recorrer quando precisar de opiniões, apoios ou patrocínios.

Se torne o mestre do making of

Todo dia, quando terminar o seu dia de trabalho, olhe para tudo o que foi feito e encontre algo que você possa dividir, mesmo que ainda esteja incompleto.

Crie o hábito de falar das suas influências e sobre o que ou quem inspira você. 

Se estiver no meio da execução de um projeto, compartilhe sobre os métodos que você utiliza e compartilhe o progresso do trabalho.

Seja natural, não force a barra ou vista um personagem. As pessoas notam quando algo é forçado. Seja você mesmo.

Fazendo isso você aumenta as chances de se conectar verdadeiramente com os seus seguidores. 

Foque em criar uma rede de seguidores qualificados, que te conhecem. Mais vale 1000 seguidores engajados do que 100 mil que não estão nem aí para o seu feed.

Crie um vínculo de amizade com eles, de modo que eles sejam nutridos e estejam prontos para consumir o seu serviço, produto ou fechar um negócio com você.

Ensine o que você sabe

Já percebeu que muitos cozinheiros e donos de restaurante se tornam milionários e famosos compartilhando suas receitas e técnicas na cozinha?

Ao ensinar alguém, passar o que você sabe, as pessoas vão acabar despertando uma atenção maior ao seu trabalho.

Com o tempo, você se torna uma autoridade no assunto.

Está na hora de grandes gestores e líderes imitarem esses cozinheiros, compartilhando seus métodos, técnicas e ferramentas de gestão. 

Alguns já fazem isso, mas a grande maioria deixa isso escondido embaixo de sete chaves. Muitos ainda acham que, se compartilhar o que sabem, vão ficar para trás.

O que você faz? Quais são as suas técnicas? O que você pode dizer ao mundo sobre seu método de trabalho? 

No minuto em que você aprender alguma coisa, olhe para o lado e ensine aos outros.

Fazendo isso, além de levar conhecimento às pessoas, você também aumenta sua capacidade de aprendizado.

Não alimente os trolls

Quanto mais pessoas se depararem com seu trabalho, maior é a probabilidade de você enfrentar críticas. Elas fazem parte.

Algumas porradas que você vai levar vem da raiva, ciúme ou inveja das pessoas. Por outro lado, existem críticas que são construtivas e que podem ajudar você a se tornar melhor no que faz.

Tapinha nas costas e mãozinha na cabeça são confortáveis, mas geralmente não ajudam a gente a avançar para o próximo nível em nossa profissão. Críticas inteligentes sim.

Precisamos aprender a lidar com os comentários maldosos que podem surgir. 

Tudo que não for útil, que não agregar nenhum valor ao seu trabalho, que não for uma crítica construtiva, deve ser ignorado! 

Não caia na armadilha de alimentar os trolls da internet.

Não seja um spam humano

As pessoas do tipo “spam humano” estão por toda parte e em todas as profissões. E elas têm se multiplicado de uns anos pra cá.

Elas não querem correr atrás, querem a parte delas aqui e agora.

Elas não querem ouvir suas ideias, só querem dizer as ideias delas.

Elas não querem contratar os seus serviços ou consumir seus produtos, mas querem que você contrate os dela.

Parece que o mundo só gira em torno delas e de seus trabalhos. As pessoas são os verdadeiros “panfleteiros digitais”.

Sabe aquela famosa frase “Me segue que eu sigo de volta” que vemos em comentários de sites e em redes sociais? Não faça isso! 

O conselho do autor é para não sermos inconvenientes e chatos.

Se você quer ter, tem que aprender a dar antes. Se quer ser notado, tem que perceber o trabalho dos outros.

Mitos sobre criatividade

É difícil a gente falar sobre geração de valor através de bons conteúdos sem tocar no assunto criatividade. E quando a gente fala sobre criatividade, existem alguns mitos que precisam ser derrubados. 

Um dos mais perigosos é o mito do gênio solitário. 

É quando você fala “poxa, o cara surgiu do nada; da noite pro dia ele teve uma ideia genial, deu certo e estourou”. 

O cara nunca apareceu em lugar nenhum, nunca fez uma parceria, nunca participou ativamente em uma cena, e de repente tá famoso. Muitos artistas, empresas e profissionais são julgados assim.

Mas tome cuidado: se você pensa assim, isso é um indicador pessoal de que você tá enxergando a criatividade através de uma lente antissocial.

Existe uma maneira mais saudável de se pensar sobre criatividade.

O compositor, músico e produtor britânico Brian Eno chama isso no livro de cena.

Nesse modelo, grandes ideias são frequentemente geradas por um grupo de indivíduos criativos.

Como o especialista em marketing Seth Godin diz, eles fazem parte de uma tribo.

Esse grupo, essa cena, essa tribo acaba formando um ecossistema de talentos. 

Se você fazer uma análise breve na história da humanidade, vai perceber que muitas pessoas como Einstein, Thomas Edison, Mozart, Picasso, George Lucas, Agatha Christie, Paulo Coelho, os Beatles e tantos outros eram na verdade parte de uma cena.

Nessas cenas ou nessas tribos havia apoio, troca, exibição de trabalhos, cópias, roubo de ideias e contribuições também.

A cena não diminui as realizações dos grandes indivíduos, mas reconhece que um bom trabalho não é fruto de uma ideia surgida no vácuo. 

A criatividade é, de alguma maneira, uma colaboração, um resultado de uma mente conectada a outras mentes.

E tem um detalhe: fazer parte de uma cena não está relacionado a você ser um gênio, mas sim com o que você tem para contribuir, como ideias compartilhadas, qualidade das conexões feitas — o networking —, e as conversas que você tem com essa turma.

Se a gente deixar a genialidade de lado e pensarmos mais em como podemos nutrir e contribuir para a cena, o modelo mental muda.

A gente pode parar de perguntar o que os outros poderiam fazer por nós e começar a perguntar pra gente mesmo o que nós poderíamos fazer pelos outros.

Esse modelo mental é um mindset de crescimento.

Na internet, qualquer pessoa tem a possibilidade de contribuir com algo e pertencer a uma cena. Muitas vezes isso não é um clube fechado ou uma sociedade secreta, sabe.

É uma questão de ir atrás de fóruns, grupos no telegram, whatsapp, facebook e contribuir com consistência.

Existe até um aplicativo chamado Meetup, voltado somente pra formar esses grupos, essas cenas e aproximar as pessoas umas das outras.

Leia obituários

Tenha na cabeça uma coisa: um dia você estará morto. Parece assustador pra você?

A maioria dos seres humanos prefere ignorar esse fato básico da nossa existência. Mas pensar a respeito do nosso fim inevitável é uma maneira de colocar tudo em perspectiva.

Aliás, esse tipo de abordagem é muito presente no estoicismo.

Provavelmente você já deve ter lido ou visto algum relato de alguém que quase morreu, e como isso mudou a vida dessa pessoa.

Quando George Lucas era adolescente, ele sofreu um acidente de carro muito grave — quase morreu. 

A partir dali, ele decidiu que todo dia a partir de então era um dia extra.

Isso fez com que ele se dedicasse de corpo e alma pelo cinema.

Bom, o final da história você já deve saber: ele foi o diretor premiado de Star Wars, ganhou muito dinheiro e fama com isso e, depois de vender a franquia para a Disney, ganhou mais dinheiro ainda.

A artista Maira Kalman tem um costume digamos… bem inusitado. Ela lê alguns obituários todas as manhãs.

Ela diz que isso é uma forma covarde de se aproximar da sua morte. 

“Ler sobre isso é a minha maneira de pensar sobre a morte enquanto a mantenho bem distante. Ler a respeito de pessoas que morreram e que fizeram coisas interessantes durante a vida me dá vontade de levantar e fazer algo decente com a minha” (Maira Kalman)

Fica o convite pra gente fazer esse exercício e pensar mais sobre as pessoas que viveram antes da gente. Afinal, todas elas começaram como amadoras, não é verdade?

E olha só o que Steve Jobs falou sobre isso:

“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder” (Steve Jobs)

Abra seu gabinete de curiosidades

Se a gente tivesse vivido nos séculos 16 e 17 lá na Europa e fossemos rico, provavelmente teríamos um gabinete de curiosidades — como era chamado na época.

O que era isso?

Era aquele quarto cheio de raridades que serviam como uma espécie de vitrine da sede de conhecimento de algumas pessoas.

Nesse gabinete a gente iria encontrar livros, joias, esqueletos, pedras preciosas, moedas antigas, objetos de arte, animais empalhados ou qualquer outra coisa exótica.

Essas coleções viriam a se tornar o que chamamos hoje de museu.

Todos nós temos algum tipo de coleção de tesouros em casa.

Podem ser livros, discos, filmes, também temos nossa mente cheia de informações ricas das experiências que já vivemos, os lugares que já visitamos e por aí vai.

Tudo isso acabou influenciando e formando nossos gostos, e nossos gostos influenciam nosso trabalho.

O que ou quem inspira você na sua área? Quais sites você acompanha? Quem você segue nas redes sociais? Quais são as newsletters que você assina? Quais podcasts você tem o costume de escutar? Quais são os lugares que você costuma ir?

As nossas influências são dignas de serem compartilhadas porque dão pistas sobre quem a gente é e o que a gente faz.

Tenha o costume de mostrar os trabalhos dos outros como você mostraria o seu.

Todo mundo se inspira em alguém. O trabalho dos outros inspira sim o nosso trabalho. E não há nenhum mal ou pecado nisso.

Mas tem um detalhe: quando você não dá crédito a quem te inspirou e não compartilha isso com a sua audiência, você não somente rouba a pessoa que fez ou que te inspirou, mas também rouba todas com quem está compartilhando.

Nesse caso, dar esse crédito é como colocar plaquinhas de museu ao lado das coisas que você compartilha.

A forma mais original na internet pra você dar crédito a alguém é citando seu perfil das redes sociais em algum post, compartilhando um link do site da pessoa ou algo do tipo.

Transforme seu hobby em trabalho

Se você ainda está com o pé atrás em mostrar seu trabalho — seja por medo, vergonha ou falta de autoconfiança —, separamos 6 dicas que vão lhe ajudar a dar os primeiros passos.

1- Pense em algo que você gosta muito de fazer, que você faz apenas pelo prazer de fazer. 

2- Pesquise na internet meios de se tornar melhor nisso.

3- Melhore um pouco a cada dia.

4- Compartilhe diariamente seus aprendizados. Interaja com quem o apreciar seu trabalho.

5- Quando construir uma base sólida de fãs e seguidores qualificados, crie produtos para eles consumirem.

6- Seja um eterno amador e repita o processo.

Quem é Austin Kleon?

Como ele mesmo diz: “Sou um escritor que desenha”.

Residente em Austin, Texas e autor dos best-sellers “Roube Como um Artista” e “Roube Como um Artista – O Diário“, seu trabalho tem sido destaque no The Wall Street Journal.

Austin Kleon

Austin Kleon fala bastante sobre criatividade e arte online para organizações como SXSW, TEDx e The Economist.

Esse podcast substitui a leitura do livro Mostre Seu Trabalho?

Não queremos que você deixe a leitura do livro de lado.

Além de escutar este podcast com o resumo do livro, recomendamos que você leia o best-seller Mostre Seu Trabalho na íntegra.

Use o ResumoCast como uma espécie de curadoria do próximo livro que você vai ler! É o que a maioria dos nossos ouvintes fazem.

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