Emergência – Steven Johnson

O que têm em comum um formigueiro, o cérebro humano, as cidades e os modernos softwares?

Todos são exemplos de sistemas auto-organizados que privilegiam as sequências, em detrimento da lógica, e nos quais se dispensa a presença de um controle centralizado para haver ação.

Surgem de um nível de elementos relativamente simples em direção a formas de comportamento mais sofisticados e por isso são chamados sistemas emergentes.

Ouça o resumo completo no player acima e tenha bons aprendizados!

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Sobre o livro Emergência

O livro “Emergência” foi publicado em 2003.

O autor é o americano especialista em ciência popular e teórico da mídia, Steven Johnson.

Neste livro, ele usa elementos como formigueiro, cérebro humano, cidades e softwares para explicar os chamados “sistemas auto-organizados”, quais dispensam a presença de um controle centralizado para haver ação.

Ideia Central

A mensagem central do livro “Emergência” é se atentar ao início da tentativa de compreensão do movimento que está acontecendo na internet, que é um movimento de baixo para cima.

Emergência dá a impressão de alguma coisa urgente, mas não é essa a ideia do livro.

O nome ideal em português seria “Emergente”, ou seja, as coisas que estão emergindo de baixo para cima.

Complexidade

Complexidade se refere a um conjunto de conceitos, modelos e procedimentos que têm sido desenvolvidos em várias áreas do conhecimento.

Nos estudos de complexidade, busca-se percorrer o difícil caminho da simplicidade (reducionismo) e causalidade estrita, até uma melhor representação do real, isto é, dos seres, das coisas e dos processos do mundo.

Os estudos complexistas têm tratado tópicos tão diversos como “a origem da vida, a evolução das espécies, e os fundamentos do sistema imunológico e do sistema nervoso central.

A complexidade preocupa-se em refletir a respeito de fenômenos nos quais há muitos agentes e interagem muitos fatores, nos quais se combinam princípios de regulação e de desequilíbrio, nos quais comparecem contingência e determinismo, criação e destruição, ordem e desordem, e nos quais podem ser identificados níveis de organização e dinâmicas não lineares, marcadas por retroações entre esses níveis.

A complexidade não é complicação.

Um automóvel é uma máquina bastante complicada, mas desmontável num conjunto finito de peças.

O conceito de auto-organização está relacionado com a capacidade organizadora dos sistemas complexos.

Ele começa a ser empregado em meados dos anos cinquenta do século passado, em biologia, em conexão com problemas relacionados à organização espontânea.

Em particular, a emergência de vida a partir da matéria inorgânica e a complexidade dos organismos vivos ao longo da evolução.

Uma conclusão fantástica é que não há sistemas auto organizadores, mas sim comportamentos auto organizadores.

Num sentido largo, o conceito de auto-organização descreve a habilidade de sistemas, compreendendo muitas unidades e sujeitos a vínculos, organizarem- se, por si próprios, em padrões espaciais, temporais e espaço-temporais.

Essas propriedades emergentes são pertinentes ao sistema como um todo e não podem ser vistas nas unidades que compõem o sistema.

Sistemas autoconscientes

Será que computadores – ou redes de computadores – vão se tornar autoconscientes nos próximos anos com os softwares e plataformas emergentes?

Será que existe um quarto estágio na rede em desenvolvimento da emergência que nos leve para além dos leitores da mente, para algo mais parecido com a vida?

Será que existe um genuíno cérebro global no nosso futuro e será que nos reconheceremos nele quando ele chegar?

Fenômenos emergentes

A internet é um fenômeno emergente.

É como se ela estivesse aprendendo, ficando mais inteligente, assim como as cidades e os formigueiros.

O processo de feedback, ou seja, o das “conexões de duas vias” fomenta “a aprendizagem de nível mais alto”.

O feedback intenso entre as formigas é o que torna possível o funcionamento inteligente do sistema.

É o feedback que permite que o comportamento complexo ocupe o lugar do caos sem sentido.

É ele que vai determinar a evolução do sistema para um nível superior de organização.

A possibilidade de um círculo de feedback ocorrer “está diretamente relacionada ao número de conexões, links ou nódulos de um sistema.

Na indústria do software, os modelos bottom-up, de que os sistemas open source são o melhor exemplo de criatividade coletiva emergente, tornaram-se uma realidade somente depois de décadas de seu nascimento.

Sem dúvida, os sistemas emergentes não existem sem regras.

Mas assim como os jogos e os instrumentos musicais, o conjunto de regras básicas relativamente simples pode evoluir para formas novas, mais complexas e imprevisíveis.

Desse conjunto de regras abre-se um universo infinito de possibilidades.

A internet é um sistema aberto a infinitas possibilidades.

Então a internet está sim, se tornando mais inteligente.

E não estariam os cérebros individuais que se conectam uns aos outros através da Web, formando algo maior do que a soma de suas partes?

Talvez a tão aclamada inteligência coletiva?

Poderes da emergência

Tanto nos exemplos das cidades, das colônias de formigas, da internet, das organizações, das telecomunicações ou das mentes humanas “nossas vidas são impactadas pelos poderes da emergência.”

Mas não dá para pensar em termos de sistemas emergentes sem mecanismos de controle.

O modelo mental tipo top-down (comando e controle) é ainda predominante.

Mas segundo o autor, quando se trata de um sistema emergente é preciso desistir de tentar controlar.

É preciso “deixar o sistema governar a si mesmo tanto quanto possível, deixá-lo aprender a partir de passos básicos”

Os sistemas emergentes podem ser extremamente inovadores e criativos, e têm naturalmente mais capacidade para se adaptaram às novas situações, do que os padrões de organização mais rigidamente hierárquicos.

O novo papel do gestor seria o de motivar os grupos e os indivíduos na organização, para a geração das idéias.

Os processos, a evolução e visão do futuro devem emergir de múltiplas correlações bottom-up (debaixo para cima).

Segundo o autor, os gestores do futuro terão sua importância, mesmo nas organizações descentralizadas, mas não terão mais o papel de líderes.

O que vai importar é como extrair o máximo da inteligência coletiva existente na instituição.

Para Quem é esse livro?

Não é um livro para o operacional.

Não é um livro para aquele cara que quer colocar uma plataforma e saber como é que ele vai ganhar dinheiro na semana que vem.

Esse é um livro de formação.

É um livro voltado para um perfil mais estratégico, aquela pessoa que é mais inquieta, que quer uma base maior, que que está estudando de uma forma mais consistente.

Esse livro ajuda a ter essa pegada para compreensão do digital de uma forma mais consistente.

Frase de camiseta

“Você pode dominar a obstrução da rede tornando a própria rede mais inteligente”

Desafio Prático

Se a sua mente está explodindo com tantas ideias depois de conhecer a analogia das formigas e da uberização, vamos lhe apresentar o “uberômetro”, criado por Carlos Nepomuceno, que tenta identificar quais serão os setores mais propensos a uberização no curto prazo.

Então, reflita a respeito de um nicho, uma indústria, um setor que você conhece ou já ouviu falar.

Pense sobre 3 características:

1- A complexidade da oferta de produtos e serviços;
2- Confiança do Consumidor;
3- Legislação.

Vamos ao primeiro: complexidade de ofertas de produtos e serviços.

Quanto mais complexo for o processo e envolver mais gente a ser coordenada, maior será a necessidade de maturidade das tecnologias de tempo para o respectivo desenvolvimento e aculturação.

Isso significa que os algoritmos terão que ser mais complexos para uberizar esse setor.

Coloque uma nota de 0 a 10, sendo que 0 é um setor onde a oferta de produtos e serviços é pouco complexo, e 10 se existe uma complexidade imensa.

Vamos ao segundo quesito: confiança do consumidor.

Quanto maior a insegurança do consumidor em relação a determinado produto ou serviço, mais tempo levará para se acostumar com novos hábitos de consumo.

Dê nota 0 se um possível consumidor de um determinado nicho sentiria se seguro ao tentar uma nova tecnologia, e dê nota 10 caso na sua opinião o consumidor se sentiria se muito inseguro para tentar algo novo.

O último quesito é: legislação.

Quanto mais protegido for determinado mercado, mais tempo levará para que se tenha o surgimento de novas organizações em funções dos riscos legais envolvidos.

De nota 0 se o mercado não for nada protegido, e nota 10 se houver muita proteção legislativa no nicho que você está pensando.

Agora, some a pontuação dos três quesitos.

Se o resultado der abaixo de 15, significa que o nicho o setor ou indústria está muito propenso a uberizações.

Isso pode representar oportunidades a curto e médio prazo.

Esse resumo substitui a leitura do livro “Emergência”

Não queremos que você deixe a leitura do livro de lado.

Além de escutar este podcast com o resumo do livro, recomendamos que você leia a obra “Emergência” na íntegra.

Use o ResumoCast como uma espécie de curadoria do próximo livro que você vai ler!

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